04 abril, 2018


Às vésperas da sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) que julgará o pedido de habeas corpus preventivo do ex-Presidente Lula, o Comandante do Exército General Eduardo Villas Boas escreveu na noite desta 3ª feira (03/04) em sua conta no Twitter que “asegura à Nação” que o “Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia”. Pela mesma rede social, o General também se questionou: “nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com os interesses pessoais”? Villas Boas concluiu sua mensagem afirmando que o Exército “se mantém atento às suas missões institucionais”.

General da reserva também opina sobre panorama político
As palavras do Comandante Villas Boas vieram a público no mesmo dia em que outro militar de alta patente do Exército, o General da reserva Luiz Gonzaga Schroeder Lessa, cogitou “reação armada” na hipótese de decisão favorável a Lula no STF. Luiz Gonzaga disse que, se o Tribunal permitir que o petista continue livre, candidate-se e vença as eleições, estimulará “luta fratricida em vez de amenizá-la”.
“Se acontecer tanta rasteira e mudança da lei, aí eu não tenho dúvida de que só resta o recurso à reação armada. Aí é dever das Forças Armadas restaurar a ordem. Mas não creio que chegaremos lá”, declarou o General da reserva, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

Reações às palavras do Comandante
Em nota, o Ministério da Defesa (chefiado pelo General Joaquim Silva e Luna) afirmou que “O comandante do Exército mantém a coerência e o equilíbrio demonstrados em toda sua gestão, reafirmando o compromisso da Força Terrestre com os preceitos constitucionais, sem jamais esquecer a origem de seus quadros que é o povo brasileiro. E manifesta sua preocupação com os valores e com o legado que queremos deixar para as futuras gerações. É uma mensagem de confiança e estímulo à concórdia”. A fala de Villas Boas também contou com o apoio dos Generais José Luiz Dias Freitas (Comandante Militar do Oeste,) e Antonio Miotto (ex-Comandante Militar da Amazônia), que se manifestaram por suas redes sociais.
Para o Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), “em momentos de turbulência, quando setores da sociedade se posicionam de diferentes formas, não se deve questionar o respeito à Constituição”.
“Cada órgão do Estado deve seguir exercendo suas funções nos limites estabelecidos por ela. É hora de buscar a união do país com serenidade”, afirmou o Deputado carioca.
A Presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que “assim como afirma o general Villas Boas”, o partido defende “o combate à impunidade e o respeito à Constituição, inclusive no que diz respeito ao papel das Forças Armadas”. “E o respeito à Constituição implica na garantia da presunção de inocência”, concluiu.
O Prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), declarou que “o general Villas Boas é homem de bem, equilibrado e patriota. Tem o meu respeito nas suas manifestações”.
O Palácio do Planalto ainda não se manifestou sobre as mensagens do General. Como Comandante Militar, Villas Boas é subordinado ao Presidente da República. Já a assessoria do Comando do Exército se limitou a dizer que a manifestação tem caráter pessoal e não caberia à instituição analisar seu conteúdo.

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