16 novembro, 2016

Foto: Leonardo Berenger / Agência Berenger

O ex-deputado e ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PR) foi preso por volta das 10h desta quarta-feira pela Polícia Federal no apartamento onde mora, na Rua Senador Vergueiro, no Flamengo, na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro. A prisão foi decretada pelo juiz Glaucenir Silva de Oliveira.

Garotinho é Secretário de Governo de Campos dos Goytacazes (RJ). Atualmente, o município é governado por sua mulher, Rosinha Garotinho. Conforme informações preliminares, a prisão é resultado das investigações da “Operação Chequinho”, que apura a compra de votos durante a eleição do último dia 2 de outubro no município de Campos. No mês passado, a PF prendeu dois vereadores da cidade suspeitos de fraudar um programa assistencial (“Cheque Cidadão”) em troca de votos.

A superintendência da Polícia Federal em Campos dos Goytacazes informou que cumpriu um mandado de prisão preventiva por crime eleitoral contra Garotinho. O órgão afirmou que daria mais informações sobre o tipo do crime ao longo do dia, já que a operação ainda está em andamento. Garotinho deve ser levado inicialmente para a sede da PF no Rio e, em seguida, conduzido para Campos ainda nesta quarta-feira.

No último dia 12, o advogado criminalista Fernando Fernandes impetrou um habeas corpus com pedido de liminar para garantir que o Juízo da 100ª Zona Eleitoral não decretasse qualquer prisão provisória contra ele.

Mais detenções

No dia 1° de novembro, a ex-assessora particular da prefeita Rosinha e vereadora eleita Linda Mara Silva (PTC) foi presa em Copacabana, na Zona Sul, na segunda fase da operação. Também foram presas a ex-secretária de Desenvolvimento Humano e Social, Ana Alice Alvarenga, e a radialista Beth Megafone. Elas foram consideradas foragidas por cinco dias.

Desencadeada no dia 26 de outubro, a segunda fase da operação também levou à prisão o vereador Kellinho (PR) e a ex-coordenadora do Cheque Cidadão, Gisele Koch. Três dias depois, foi a vez do vice-presidente da Câmara, Thiago Virgílio, do mesmo partido de Linda Mara. Ele já estava afastado de suas funções e proibido de entrar no prédio do Legislativo.

Na primeira fase da operação, em 19 de outubro, foram presos os vereadores Miguel Ribeiro machado, de 51 anos, e Ozéias Martins, de 47. Ambos também tentaram evitar a prisão com habeas corpus, mas tiveram os pedidos negados pela Justiça.

De acordo com a PF, eles colhiam documentos de eleitores para cadastrar eleitores no Cheque Cidadão. Segundo as investigações, a prática causou uma explosão na base social do programa, elevando o volume de benefícios em mais de 100% de junho de 2016 a ocasião.

Entre os 30 mil beneficiários do cheque cidadão, o MP aponta que 18 mil fariam parte do esquema, com um desperdício de R$ 3,5 milhões por mês.


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