19 agosto, 2016


Senadora Kátia AbreU, ex-Ministra da Agricultura do Governo Dilma, pode ser expulsa de seu partido, o PMDB, em setembro. A Executiva Nacional da legenda definiu para aquele mês a reunião que decidirá o futuro da Senadora pelo estado do Tocantins. Segundo fontes do partido, a parlamentar seria expulsa assim que estivesse concluído o processo de impeachment.
A cúpula do PMDB tem demonstrado irritação com a postura da Senadora diante do processo contra Dilma. Kátia não economiza nas críticas ao interino Michel Temer, presidente licenciado do partido, e tem classificado o impeachment como “farsa”. Na condição de testemunha de defesa e amiga pessoal da petista, a Senadora fez diversos discursos duros diante de testemunhas de acusação.
Presidente em exercício do PMDB, Romero Jucá (RR) disse que a expulsão de Kátia não está descartada. No entanto, Jucá evita polemizar, alegando que a questão não está sob discussão do partido no momento.
Os debates internos relativos à saída de Kátia do PMDB se iniciaram em março, quando a Senadora se negou a cumprir a determinação da cúpula peemedebista que, após anunciar o rompimento com Dilma, determinou a entrega dos cargos então ocupados no Governo por membros da legenda. Diante da recusa, o diretório baiano do partido solicitou abertura de processo interno contra a senadora, que passou a se submeter à comissão de ética da sigla por desobediência – tanto em relação às decisões do diretório quanto da convenção nacional.
Três outros peemedebistas que se mantiveram no cargo de ministro à época do impeachment em sua fase na Câmara – Mauro Lopes (Aviação Civil), Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Marcelo Castro (Saúde) – também viraram alvo de processos no partido. No caso deles, o destino do procedimento disciplinar deve ser o arquivo, uma vez que, na iminência do afastamento definitivo de Dilma, eles se alinharam ao grupo de Temer.
Uma possibilidade para a Senadora seria o seu pedido de desligamento antecipado do partido. A decisão não significa que ela corra o risco de perder o mandato com base na resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre fidelidade partidária. Entendimento recente do Supremo Tribunal Federal (STF) deixa claro que, ao contrário dos deputados, senadores podem trocar de sigla e continuar no desempenho de suas funções parlamentares.

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