01 agosto, 2017
On 12:31 by Quorum in Congresso Nacional, Crise Política, Época, JBS, Joesley Batista, Michel Temer, PGR, Planalto, PMDB, PSOL, PT, REDE, Rodrigo Janot No comments
Líderes
da oposição se reunirão no início da tarde de hoje para tentar
desenhar estratégia conjunta para a votação da denúncia contra o
Presidente Michel Temer (PMDB) prevista para esta 4ª feira (02/08).
Os oposicionistas ainda estão divididos: um grupo defende que não
se registre voto para forçar o adiamento da decisão por falta de
quórum; outro quer votar logo a denúncia para expor publicamente os
parlamentares governistas. A votação só poderá ser iniciada se
342 deputados estiverem presentes em Plenário da Câmara.
A
primeira posição é defendida, sobretudo, por parlamentares do PSOL
e da REDE. A segunda é apoiada por parte das bancadas do PT, do PDT,
do PSB e do PCdoB. As duas primeiras legendas entendem que protelar a
decisão é a melhor saída: empurrando-se o caso, acreditam,
cresceria pressão sobre os Deputados governistas e o próprio
Presidente. Nesse intervalo, o Procurador-Geral da República poderia
apresentar nova denúncia contra Temer.
Para os
demais partidos da oposição (encabeçados por setores do PT), seria
melhor votar logo o pedido para aumentar o desgaste da base aliada,
com a divulgação dos votos de cada Deputado, de modo a abrir
terreno para a votação da próxima denúncia. A Procuradoria-Geral
da República, que denunciou Temer por corrupção passiva, estuda
apresentar novo pedido de ação penal contra o presidente por
obstrução da Justiça e organização criminosa com base nas
delações da JBS.
No
entanto, há um consenso: os oposicionistas desejam prolongar o
debate. O objetivo é que a discussão se arraste até a noite para
ser transmitida em horário nobre e ao vivo pelas redes de TV. Para
isso, uma das estratégias será apresentar questões de ordem. A
sessão no plenário da Câmara está prevista para começar às 9h
da manhã de amanhã.
Já os
governistas defendem votação imediata da denúncia para tentar
reduzir a carga contra Temer. Eles alegam que têm mais que os 172
necessários para salvar o peemedebista.
Reportagem
publicada no site da revista Época nesta terça-feira informa que o
então Vice-Presidente Michel Temer autorizou o lobista da JBS,
Ricardo Saud, a entregar R$ 3 milhões em dinheiro vivo ao agora
ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na ocasião os dois
peemedebistas eram aliados. Segundo a revista, o valor foi descontado
dos R$ 15 milhões que Temer receberia da empresa naquela eleição,
por solicitação do PT, como parte do pagamento de propina da JBS em
troca de favorecimento no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES).
Em nota,
a assessoria de imprensa do Presidente usou tom duro para rebater as
declarações de Ricardo Saud citadas por Época: “A quadrilha
comandada pelo bandido Joesley Batista fabrica em profusão versões
e planilhas. O presidente nunca teve ‘crédito’ junto às
empresas do meliante da Friboi. Nem autorizou transferências a
outros parlamentares. A conversa com o capanga é absolutamente
ficção barata. O vazamento dessa nova versão tem o claro interesse
de tentar influenciar na votação da Câmara dos Deputados”.
Fontes:
Congresso em Foco, Brasil360
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