08 setembro, 2015

08/09/2015 17:34 


O Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou, nesta terça-feira (8), denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força. Presidente e criador do partido Solidariedade, Paulinho responderá como réu a ação penal por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro. A decisão foi tomada, em votação unânime, pela Segunda Turma do Supremo. Participaram da sessão o relator do caso, Teori Zavascki, e os ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli.
O nome do deputado aparece no relatório da Operação Santa Tereza, da Polícia Federal, que prendeu 11 suspeitos, entre empresários, advogados e servidores públicos. Iniciada em dezembro de 2007, a Operação Santa Tereza tinha por objetivo inicial apurar denúncias de exploração de prostituição e tráfico de pessoas. Ao longo das investigações, a PF interceptou ligações de investigados que negociavam a cobrança de uma porcentagem sobre o valor liberado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a realização de financiamentos.
Um dos presos na ocasião, João Pedro de Moura foi classificado pelos policiais como “um dos principais assessores da Força Sindical, responsável pela ligação da organização criminosa com o banco”. Segundo a PF, João Pedro e o deputado paulista tiveram vários encontros em Brasília. De acordo com as investigações, o então prefeito de Praia Grande (SP), Alberto Mourão (PSDB), repassou R$ 2,6 milhões à quadrilha em troca da aprovação de financiamento de R$ 124 milhões para o município.
Segundo a denúncia aceita pelo Supremo, o deputado recebia parte das comissões da quadrilha beneficiária do financiamento, em troca de favores políticos. De acordo com a acusação, foram encontrados na casa de João Pedro indícios de que o deputado recebia dinheiro do esquema. Suspeita-se que o grupo embolsava entre 3% e 4% dos valores obtidos em financiamento. O parlamentar alega ser vítima de perseguição política e armação e nega ter qualquer envolvimento com o caso.
O fundador do Solidariedade ainda é investigado em outros dois inquéritos (2905 e 3901) por peculato e corrupção passiva. No segundo caso, ele é suspeito de ter contribuído com a venda de cartas sindicais, indispensáveis ao registro de sindicato.
Um dos principais aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Paulo Pereira da Silva também tem se destacado pela forte oposição que faz ao governo Dilma e ao PT e pela defesa do impeachment da presidente.
Nas manifestações do Dia do Trabalhador, em 2014, Paulinho causou polêmica ao dizer que a presidente deveria estar presa pelos “roubos” na Petrobras. “Pelos roubos que tem feito na Petrobras, a presidente Dilma Rousseff deveria estar presa”, discursou, em São Paulo.

Fonte: Congresso em Foco

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