23 maio, 2016


O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), defendeu nesta segunda-feira (23) que o ministro do Planejamento, Romero Jucá, se afaste do ministério devido à divulgação do áudio em que o senador licenciado defende a troca de Dilma por Michel Temer para “estancar a sangria” da Operação Lava Jato. “Qualquer denunciado tem a obrigação e o direito de se defender das acusações que recaem sobre ele. Mas esses atos individuais deverão ser tratados longe da administração pública para que a reestruturação e a credibilidade do governo não sejam comprometidas. Só assim teremos as mudanças necessárias e desejadas pela população”, disse Caiado.
Aliado do presidente interino Michel Temer, o líder do DEM ressaltou ainda que milhões de brasileiros saíram às ruas para “conter um processo de corrupção, apoiar a Lava Jato e buscar um novo governo”. Por isso, observou, “se no decorrer deste momento problemas surgirem, deverão ser tratados com rigor”. Segundo o senador goiano, o governo Dilma é um “exemplo claro de perda de confiança da população” por deixar que problemas individuais contaminassem o governo.
Jucá afirmou, nesta manhã, não ver motivos para deixar o governo.“É estancar a sangria da economia, do que está ocorrendo com o país, qual é a vantagem de mudança do governo. A Lava Jato era o âmago do governo, isso tem uma sangria econômica, social, política. A Lava Jato é importante, tem que investigar, mas tem de delimitar”, declarou o peemedebista novamente àFolha.
O líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM), também cobrou nesta segunda-feira explicações de Michel Temer e Romero Jucá. Para Pauderney, se os esclarecimentos não forem convincentes, só restará uma solução: a saída de Jucá do governo. “O presidente Michel Temer e o ministro Jucá precisam dar explicações. Essa situação complica tudo na política”, disse o líder do DEM ao Congresso em Foco.
Ex-senador pelo Ceará e amigo do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Sérgio Machado demonstra preocupação com a possibilidade de sua investigação descer do Supremo Tribunal Federal (STF) para as mãos do juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba.
“Então eu estou preocupado com o quê? Comigo e com vocês. A gente tem que encontrar uma saída”, declarou. Segundo ele, as novas delações da Lava Jato não deixariam “pedra sobre pedra”. Ainda no exercício do mandato de senador, do qual se licenciou para assumir o ministério, Jucá concordou que o caso de Machado “não pode ficar na mão desse [Moro]“.
De acordo com o atual ministro do Planejamento, a resposta a ser dada tinha de ser política para evitar que o caso caísse nas mãos de Moro. “Se é político, como é a política? Tem que resolver essa porra. Tem que mudar o governo para estancar essa sangria”, disse o senador roraimense, um dos principais articuladores do impeachment de Dilma.
Jucá orientou Machado a se reunir com Renan e o ex-presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP) para articular uma “ação política”. O ministro disse que o governo Michel Temer construiria um pacto nacional “com o Supremo, com tudo”. Machado disse: “Aí parava tudo”. “É. Delimitava onde está, pronto”, emendou Jucá, a respeito das investigações.
O advogado de Jucá, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou que seu cliente “jamais pensaria em fazer qualquer interferência” na Lava Jato e que não há qualquer ilegalidade no diálogo entre os dois peemedebistas.

Fonte: Congresso em Foco

0 comments:

Postar um comentário