23 janeiro, 2015
On 10:32 by Quorum in Base Governista, Consultoria, Governo, PMDB, PSDB, PT, Senado Federal No comments
Um estudo realizado pela Consultoria Legislativa do Senado demonstra que, no primeiro mandato, a presidente Dilma Rousseff teve que lidar com falta de coesão de sua base de apoio na Casa.
Os consultores Pedro Fernando Nery e Rafael Silveira e Silva analisaram as votações nominais do Senado entre fevereiro de 2011 e dezembro de 2014 para avaliar o comportamento dos partidos e blocos nos processos decisórios.
A pesquisa mostra que a base de apoio de Dilma apresentou variações durante a legislatura, principalmente quanto ao espectro ideológico das votações. O bloco de sustentação do governo abrangeu posições tanto à direita quanto à esquerda.
O caso mais emblemático é o do PMDB, maior partido do Senado e o mais heterogêneo quanto ao posicionamento político de seus parlamentares. O líder da legenda, senador Eunício Oliveira (CE), explica que abraçar múltiplas vertentes é uma característica histórica.
— O PMDB sempre foi o guarda-chuva da democracia. É um partido de centro. Não tem fechamento de questão, é encaminhamento pelo convencimento — explica.
Eunício faz questão de ressaltar que, apesar da pluralidade ideológica, o partido sustentou a aprovação de projetos de interesse do governo.
— Todas as matérias importantes para o Brasil foram aprovadas pelos membros do PMDB. Graças a nós o governo obteve a aprovação delas.
Outros partidos que integram a base da presidente tiveram desempenho mais próximo da neutralidade do que do governismo, segundo avaliou o estudo da Consultoria. Foram os casos de PP e PR, que também se mostraram dispersos no espectro ideológico.
Além do PT, partido de Dilma, as siglas que se mantiveram mais firme no apoio ao governo entre 2011 e 2014 foram o PDT, o PCdoB e o PSB, que por fim deixou a base, lançou candidatura própria à Presidência da República nas eleições de 2014 e não apoiou a reeleição de Dilma no segundo turno.
Por outro lado, o estudo da Consultoria demonstra que a oposição manteve-se coesa no primeiro mandato de Dilma. Com exceção do PSOL, que manteve postura mais independente, mas predominantemente oposicionista, os partidos de viés contrário ao governo (PSDB e DEM) não registraram muita variação do comportamento de seus parlamentares nas votações.
Resultado esperado
Segundo Pedro Fernandes Nery, as conclusões registradas são próximas do que os pesquisadores esperavam obter quando iniciaram a pesquisa e a coleta de dados. Ao mesmo tempo, podem servir para modificar a percepção que a opinião pública tem do comportamento dos parlamentares.
— Fica muito claro que existe uma divisão [ideológica], que corresponde ao que a gente observa na prática. Vai de encontro ao que a sociedade imagina, que são todos 'farinha do mesmo saco'.
O estudo foi feito com base em uma metodologia de análise política do Legislativo muito difundida nos Estados Unidos. Veículos da imprensa como o New York Times e o Washington Post publicam análises embasadas pelo modelo. Um entusiasta da metodologia é o estatístico Nate Silver, famoso por ter previsto corretamente o resultado das últimas eleições presidenciais americanas em todos os 50 estados.
Os consultores responsáveis esperam poder dar início a uma maior aplicação desse método em trabalhos futuros no Brasil, conforme relata Pedro Fernandes Nery.
— Pretendemos ampliar esse processo de pesquisa. É um instrumento bom e, dentro do Senado, estamos em posição privilegiada para coletar dados. Podemos analisar também comportamento de comissões, dos Plenários da Câmara e do Congresso... É um desafio interessante.
* Com informações da Agência Senado (Foto: Plenário do Senado - Waldemir Barreto/Agência Senado)
Os consultores Pedro Fernando Nery e Rafael Silveira e Silva analisaram as votações nominais do Senado entre fevereiro de 2011 e dezembro de 2014 para avaliar o comportamento dos partidos e blocos nos processos decisórios.
A pesquisa mostra que a base de apoio de Dilma apresentou variações durante a legislatura, principalmente quanto ao espectro ideológico das votações. O bloco de sustentação do governo abrangeu posições tanto à direita quanto à esquerda.
O caso mais emblemático é o do PMDB, maior partido do Senado e o mais heterogêneo quanto ao posicionamento político de seus parlamentares. O líder da legenda, senador Eunício Oliveira (CE), explica que abraçar múltiplas vertentes é uma característica histórica.
— O PMDB sempre foi o guarda-chuva da democracia. É um partido de centro. Não tem fechamento de questão, é encaminhamento pelo convencimento — explica.
Eunício faz questão de ressaltar que, apesar da pluralidade ideológica, o partido sustentou a aprovação de projetos de interesse do governo.
— Todas as matérias importantes para o Brasil foram aprovadas pelos membros do PMDB. Graças a nós o governo obteve a aprovação delas.
Outros partidos que integram a base da presidente tiveram desempenho mais próximo da neutralidade do que do governismo, segundo avaliou o estudo da Consultoria. Foram os casos de PP e PR, que também se mostraram dispersos no espectro ideológico.
Além do PT, partido de Dilma, as siglas que se mantiveram mais firme no apoio ao governo entre 2011 e 2014 foram o PDT, o PCdoB e o PSB, que por fim deixou a base, lançou candidatura própria à Presidência da República nas eleições de 2014 e não apoiou a reeleição de Dilma no segundo turno.
Por outro lado, o estudo da Consultoria demonstra que a oposição manteve-se coesa no primeiro mandato de Dilma. Com exceção do PSOL, que manteve postura mais independente, mas predominantemente oposicionista, os partidos de viés contrário ao governo (PSDB e DEM) não registraram muita variação do comportamento de seus parlamentares nas votações.
Resultado esperado
Segundo Pedro Fernandes Nery, as conclusões registradas são próximas do que os pesquisadores esperavam obter quando iniciaram a pesquisa e a coleta de dados. Ao mesmo tempo, podem servir para modificar a percepção que a opinião pública tem do comportamento dos parlamentares.
— Fica muito claro que existe uma divisão [ideológica], que corresponde ao que a gente observa na prática. Vai de encontro ao que a sociedade imagina, que são todos 'farinha do mesmo saco'.
O estudo foi feito com base em uma metodologia de análise política do Legislativo muito difundida nos Estados Unidos. Veículos da imprensa como o New York Times e o Washington Post publicam análises embasadas pelo modelo. Um entusiasta da metodologia é o estatístico Nate Silver, famoso por ter previsto corretamente o resultado das últimas eleições presidenciais americanas em todos os 50 estados.
Os consultores responsáveis esperam poder dar início a uma maior aplicação desse método em trabalhos futuros no Brasil, conforme relata Pedro Fernandes Nery.
— Pretendemos ampliar esse processo de pesquisa. É um instrumento bom e, dentro do Senado, estamos em posição privilegiada para coletar dados. Podemos analisar também comportamento de comissões, dos Plenários da Câmara e do Congresso... É um desafio interessante.
* Com informações da Agência Senado (Foto: Plenário do Senado - Waldemir Barreto/Agência Senado)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Search
Eleições 2020
Análises | Pensando Relações Governamentais
Postagens populares
-
19/08/2015 16:49 Agência Estado O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve denunciar o presidente da Câmara dos Deputa...
-
Após mais de 9 horas de debates, trocas de acusações e gritos de “Fora Dilma” e de “Não vai ter golpe”, a Comissão Especial do Impeachment...
Posts
-
►
20
(3)
- ► agosto 2020 (2)
- ► julho 2020 (1)
-
►
19
(1)
- ► janeiro 2019 (1)
-
►
18
(24)
- ► outubro 2018 (1)
- ► setembro 2018 (2)
- ► agosto 2018 (2)
- ► julho 2018 (3)
- ► junho 2018 (6)
- ► abril 2018 (3)
- ► março 2018 (3)
- ► fevereiro 2018 (2)
-
►
17
(36)
- ► dezembro 2017 (1)
- ► novembro 2017 (1)
- ► setembro 2017 (2)
- ► agosto 2017 (2)
- ► julho 2017 (2)
- ► abril 2017 (4)
- ► março 2017 (6)
- ► fevereiro 2017 (6)
- ► janeiro 2017 (9)
-
►
16
(80)
- ► dezembro 2016 (11)
- ► novembro 2016 (14)
- ► outubro 2016 (9)
- ► setembro 2016 (2)
- ► agosto 2016 (11)
- ► julho 2016 (3)
- ► junho 2016 (5)
- ► abril 2016 (13)
- ► março 2016 (6)
- ► janeiro 2016 (1)
-
▼
15
(143)
- ► dezembro 2015 (10)
- ► novembro 2015 (12)
- ► outubro 2015 (10)
- ► setembro 2015 (17)
- ► agosto 2015 (15)
- ► julho 2015 (6)
- ► junho 2015 (8)
- ► abril 2015 (9)
- ► março 2015 (8)
- ► fevereiro 2015 (16)
-
▼
janeiro 2015
(18)
- Conhece nossas Redes Sociais?
- Renan e Luiz Henrique disputam Presidência do Senado
- Após a posse, negociação sobre presidência de comi...
- Senadores tomam posse neste domingo
- Deputados tomam posse e elegem presidente da Câmar...
- Conheça os serviços da Quorum Consultoria
- Regulamentação da mídia volta à cena em 2015
- Estudo da Consultoria do Senado revela base govern...
- Para deputado da oposição, apagões refletem falta ...
- Congresso avaliará aumento de impostos e outras me...
- Programa de banda larga pode ter regras de avaliaç...
- Índice medirá transparência do Senado
- Saiba como será a posse na Câmara dos Deputados
- Senado sediará ato em defesa da liberdade de expre...
- Recursos recuperados no combate à corrupção poderã...
- Prioridade dos líderes, reforma política volta à p...
- Governo quer dificultar acesso ao seguro-desemprego
- Vetado projeto que determinava instituição de linh...
-
►
14
(22)
- ► dezembro 2014 (22)
Customizado por Quorum EstratégiaPolítica e Relações Governamentais. Tecnologia do Blogger.
0 comments:
Postar um comentário