23 junho, 2016



Além do ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, preso nesta manhã em Brasília, a Operação Custo Brasil, derivada da Lava Jato, arrastou outro ex-ministro da presidente Dilma. Carlos Gabas, que foi titular da Previdência Social e da Secretaria de Aviação Civil, foi levado coercitivamente para depor. O jornalista Leonardo Attuch, diretor e fundador do siteBrasil 247, também foi chamado a prestar depoimento. Ele já havia aparecido em apurações da Lava Jato como suspeito de ter recebido dinheiro por serviços não executados.

Ao todo, são cumpridos 65 mandados judiciais em São Paulo, no Paraná, no Rio Grande do Sul, em Pernambuco e no Distrito Federal. Policiais federais também estão na sede do PT em São Paulo e fizeram busca no apartamento de Paulo Bernardo e de sua esposa, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), em Curitiba.
A operação investiga o pagamento de propina de mais de R$ 100 milhões para diversos funcionários públicos e agentes políticos do Ministério do Planejamento, entre 2010 e 2015, com o intuito de permitir que uma empresa de tecnologia fosse contratada para a gestão de crédito consignado na folha de pagamento de servidores.
De acordo com os investigadores, a empresa repassou mais de 70% de seu faturamento líquido para outras mediante simulação de contratos e emissão de notas fiscais simuladas, com o único objetivo de manter o esquema em funcionamento.
“Não procede a informação divulgada de que o jornalista é alvo de mandado de condução coercitiva. Ele foi convidado a prestar depoimento judicial, o que será atendido de forma voluntária e espontânea. As solicitações da Polícia Federal estão todas sendo atendidas de forma voluntária. No caso da Editora 247, a dúvida diz respeito a um contrato realizado com a empresa Jamp Engenheiros Associados, que será plenamente esclarecido”, diz em nota a Editora 247.
Pelo menos duas pessoas foram presas em Recife. Os nomes ainda não foram divulgados. A Operação Custo Brasil tem como origem a delação premiada do ex-vereador de Americana (SP) Alexandre Romano, preso em agosto de 2015. Ele é apontado como um dos operadores do desvio de R$ 52 milhões em contratos do Ministério do Planejamento com empresas do Grupo Consist Software. Ex-petista, Romano recebia recursos desviados da pasta desde 2010 por meio de empresas ligadas a ele.

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