16 dezembro, 2017
On 21:57 by Quorum in Análise Política, Brasil, Consultoria Política, Eleições 2018, Geraldo Alckmin, Governo Federal, Michel Temer, PMDB, PSDB, Reforma da Previdência No comments
Governador
de São Paulo e Presidente do PSDB, Geraldo Alckmin, declarou neste sábado (16/12)
que seu partido punirá Deputados tucanos que votarem contra a Reforma da
Previdência, que foi flexibilizada e teve votação adiada para o próximo 19 de
fevereiro. O adiamento da votação foi encarado por lideranças congressistas como
uma derrota do Governo.
Aclamado
presidente nacional do PSDB há uma semana, Alckmin encabeça posição majoritária
do partido em favor da proposição, prioridade máxima no último ano da gestão Temer
(PMDB), e havia feito a ressalva de que o fechamento de questão não implicaria,
necessariamente, punição a correligionários. “Nosso momento não é de discutir
punição, é convencimento. É convencimento”, ponderou Alckmin em cerimônia de
entrega de um terminal de ônibus em Americana, interior paulista.
“Era
pra votar em dezembro, ficou pra fevereiro. Nós continuamos favoráveis. Se
ficar pra março continuaremos favoráveis. Entendemos que é uma questão de
justiça, no sentido de ter um tratamento mais justo entre setor privado e
público e pra evitar o déficit, porque isso pode comprometer o equilíbrio das
finanças públicas”, acrescentou o Governador.
Em
meio a crises internas à legenda, o PSDB decidiu, a exemplo de partidos como
PMDB e PTB, pelo fechamento de questão a favor da reforma na última
quarta-feira (13), já com Alckmin no comando dos tucanos. Na ocasião, a
obrigação de voto a favor foi imposta, mas descartou-se a punição dos que votassem
contrariamente à decisão do partido.
Com
46 deputados, o partido é considerado crucial para aprovar a Reforma – que, por
tramitar por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC 287/2016),
precisa ao menos de 308 votos na Câmara, em dois turnos de votação. Metade do
partido defende o fim da aliança com Temer, grupo encabeçado por tucanos como o
Senador Tasso Jereissati (CE) e o ex-Presidente da República Fernando Henrique
Cardoso, presidente de honra da legenda. Deputados alinhados a essa tendência
não têm se manifestado com frequência contra a proposição, mas votaram pela
continuidade das investigações contra Temer e demonstram incômodo com a pauta
governista.
Diferentemente,
tucanos liderados pelo Senador Aécio Neves (PSDB-MG), antecessor de Alckmin no
comando do partido, e pelo Governador de Goiás, Marconi Perillo, querem não só
a manutenção da aliança, mas o apoio irrestrita à pauta reformista de Temer –
que, além da reforma da Previdência, falou sobre os anseios de aprovar um
projeto de “simplificação tributária”, ontem (15/12) em discurso na posse do
novo ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun (PMDB-MS),
responsável pela articulação política com o Congresso. Mas tanto Aécio quando
Marconi, investigados pela Operação Lava Jato, têm perdido força no partido
diante das propaladas intenções de renovação com vistas à corrida presidencial
de 2018. Presidenciável do PSDB, Alckmin também é alvo da Lava Jato, embora sua
situação judicial seja considerada menos desfavorável.
Dos
quatro ministros tucanos originais do governo Temer, apenas um continua no
Executivo em nome do PSDB: Aloysio Nunes, Senador de São Paulo que chefia o
Ministério das Relações Exteriores. Luislinda Valois, que continua na pasta dos
Direitos Humanos, desfiliou-se do partido na última quinta-feira (14/12). Os
deputados Bruno Araújo (Cidades) e, mais recentemente, Antônio Imbassahy
(Secretaria de Governo) deixaram a equipe ministerial como reflexo do racha
tucano.
Fonte:
Congresso em Foco
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